Segundo a edição online do Público de hoje,
algumas universidades em Portugal estão, na "melhor" tradição de ser
romano em Roma, a fazer ultimatos aos alunos com propinas em atraso para
regularizarem essa situação, ameaçando-os com penhoras ou anulação de
matrículas.
Assim funciona um bully: no pior dos
contextos, em vez de exigir ao Estado que cumpra as suas obrigações,
prefere perseguir o aluno, a parte mais frágil da equação. Conhecendo a
situação de absoluta miséria em que muitos dos alunos vivem hoje, em
situações pessoais e familiares absolutamente dramáticas, e apenas dias
depois de ter sido exibido um excelente documentário televisivo
relatando-as, as Universidades assumem uma posição absolutamente
merceeira, de verdadeiro Pilatos, dando ainda mais corpo ao afastamento
progressivo do ideal constitucional de instrução tendencialmente
gratuita.
A partir deste momento, os reitores destas
faculdades terão de colocar a viola no saco de cada vez que pensarem em
acusar o Governo de perseguir os "mais pequenos". Seguindo-lhes o
exemplo, não merecem melhor.
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