20120725

Diria que é parente em vias de extinção ...

Escola pública: o parente pobre do ensino em Portugal 
"Como se não bastasse os alunos do ensino público serem prejudicados face aos do ensino privado no que se refere às classificações atribuídas e ao acesso ao ensino superior (notícia do PÚBLICO de 23 de Julho de 2012), a partir deste ano lectivo as turmas do público crescem até aos 30 alunos e as do privado mantêm-se reduzidas. O número de alunos por turma não influi no rendimento e sucesso escolar dos alunos? Então leia-se o que a directora do Conselho Pedagógico do novo Colégio Internacional de Tavira afirma no Postal do Algarve (20 de Julho de 2012): “A personalização do ensino é outra componente obrigatória neste colégio, pelo que estamos a ser rigorosos no recrutamento (…), porque os alunos são diferentes e cada um é um caso único, daí as turmas serem reduzidas a um máximo de 18 alunos”. Pois… Ao aumentar as turmas para um máximo de 30 alunos, este Ministério da Educação e Ciência (MEC) está a agravar as desigualdades já existentes entre alunos de público e privado, a diminuir a qualidade do ensino das escolas públicas, a complicar (ainda mais) o desempenho/ aproveitamento e a vida dos alunos dessas escolas, e, tratando-se hoje de uma filial do Ministério das Finanças, não resolve aquele que constitui agora o seu principal objectivo: reduzir as despesas. E por que não? Porque, com as novas orientações, ao relegar milhares de professores dos quadros para horário-zero, o MEC vai ter de continuar a pagar-lhes o vencimento sem que eles tenham turmas para leccionar! Não seria melhor ter turmas mais reduzidas (não digo os 18 alunos das escolas privadas…) e manter esses professores a leccionar — função para a qual foram formados? É que, assim, perdem os alunos, que se vêem integrados em turmas enormes; perdem os professores com horário lectivo, que se vêem com maiores dificuldades para controlar e ensinar os alunos; perdem os professores com horário-zero, que se vêem sem actividade lectiva para a qual estão profissionalmente habilitados; e perde o país, que se vê com uma educação mais pobre e condenada ao insucesso." (José Couto, Tavira | Público)

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