20120723

Estamos começados, mas não estamos acabados


Sábado passado estava na cafetaria de um hiper Continente, e ao sentar-me uma prima chama-me a atenção para o seguinte:

Um segurança aproximou-se discretamente de uma idosa e, com cautela e sem acusações, questiona a senhora sobre as "compras" que guardou na mala. 

A senhora tira da mala duas latas de atum (daquela marca mais económica) e diz que as guardou porque foi um empregado que lhas deu. O segurança pede-lhe desculpa pela confusão, mas teria que ficar com o atum porque a loja não oferece os produtos e que de seguida iria falar com o tal empregado. A senhora tremelicava e explicava que não tinha feito por mal, ao que o segurança respondia que compreendia e que a senhora prosseguisse. 

Lá foi a senhora, magrinha e limpinha mas de passo acelerado, colocando um folheto do hiper em frente à cara como se estivesse na rua a proteger os olhos do sol. Ainda pensámos em lhe ir oferecer, mas a senhora "voou" dali tal era a vergonha. 
Ficámos perplexas, comentando que não sabemos o dia de amanhã, sobre o ponto a que chegámos, a senhora ter escolhido o atum mais barato da prateleira como se quisesse minimizar o dano ao estabelecimento, o trato delicado do segurança e sobre tanto mais...

A minha avó dizia tantas vezes: estamos começados, mas não estamos acabados.

Fonte da imagem: Mariazinha


4 comentários:

Moriae disse...

Gi, não conhecia a expressão que a tua Avó te dizia. E ... concordo tanto com ela. ainda hoje, um episódio. Nem sei o que senti, ao ler este teu post, identifiquei-me. Com o dito da tua Avó. Não com o que relatas, que é tão triste e compreensível.

Temos azar, no mundo, acho eu que posso generalizar. Há tanta gente boa mas há uns sacanas duns menores que estragam tudo isto. E a maioria das pessoas é tão crédula ...

bjo, minha amiga. Obrigada por esta tua partilha.

Moriae disse...

Comentário anterior cheio de erros, vírgulas e construção das frases. Estou cansadita ;) E velha ...

Gi disse...

A minha avó Ana usava muitos ditos, mas este em particular quando ouvia alguém criticar este ou aquele por algum infortúnio, como quem lhes dizia: hoje é ele, amanhã podes ser tu.

Os trastes aproveitam-se da bondade e ingenuidade dos outros.

Já cansa e magoa tanto azar ;)

Moriae disse...

Tudo dito, minha querida!