"A Alemanha expandiu o emprego, criando muitos empregos mal pagos. Como
pôde isso acontecer? Por política deliberada. Cortando nos subsídios de
desemprego para encorajar as pessoas a aceitar salários mais baixos.
Mas, ao mesmo tempo, criando empregos mal pagos. E também tomando
medidas para que a negociação colectiva se tornasse menos importante. E
ainda pela privatização de um número considerável de sectores. Muitas
dessas medidas fizeram, nos últimos dez anos, com que subissem os baixos
níveis de pobreza da Alemanha. E como se trata de um grande país, isso
significa que, no seu todo, o mesmo aconteceu à Europa. E acabou por
encobrir as melhorias observadas, por exemplo, em Portugal, Reino Unido e
num número considerável de países. Mas diz-se que essas medidas
ajudaram a Alemanha. Há um conflito entre competitividade e coesão
social? Não penso que tenha de haver. Os custos do que foi feito é que
não foram tidos em conta. O que se pensou foi que era só necessário
criar empregos. Acho que é perfeitamente possível combinar esses dois
aspectos. Mas não acho que se consiga reduzindo a protecção social, como
fizeram. E essa foi a receita política recomendada pela OCDE noutros
países. Mas acho que a própria OCDE já se apercebeu de que não
resultou." (Anthony Atkinson @ A austeridade tem de passar por mais impostos e menos cortes de despesa | Público)
E em Portugal, o desemprego cresce da maneira que se sabe, os salários diminuem, as pessoas são cada vez mais mal pagas. Portanto, preparemo-nos que, o que aconteceu na Alemanha, poderá começar a ver-se por cá. Não aumentaram as rendas baixas até 3 vezes o seu valor por estes dias?
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