Hoje, pela manhã, fiquei a saber que o tristemente célebre Acordo
Ortográfico - que, assumo, não respeito - permite uma nova malabarismo
linguístico, para lá de todos os outros que, sabemo-lo aos poucos,
caucionou.
Desta vez, é a expressão
quartos-de-final a perder os respectivos hífenes, passando de uma expressão de natureza matemática para uma outra,
quartos de final,
que parece dever mais à arquitectura e à decoração de interiores. Não é
já, portanto, uma fase que precede uma outra, uma aproximação a um
termo, mas sim esta outra coisa fantástica semelhante a uma estética
particular, um tipo específico de assoalhada.
Foi a
isto que a elite linguística portuguesa entendeu reduzir todo um léxico:
a um imenso edifício de legitimação intelectual da asneira.