20120317




Carta a professores, alunos, pais, governantes, cidadãos e quaisquer outros que possam sentir-se tocados e identificados.
As reformas na educação estão na boca do mundo há mais anos do que os que conseguimos recordar, chegando ao ponto de nem sabermos como começaram nem de onde vieram.
Confessando, sou apenas uma das que passou das aulas de uma hora para as aulas de noventa minutos e acheiaquilo um disparate total. Tirava-nos intervalos, tirava-nos momentos de caçadinhas e de saltar à corda e obrigava-nos a estar mais tempo sentados a ouvir sobre reis, rios, palavras estrangeiras e números primos.Depois veio o secundário e deixámos de ter “folgas” porque passou a haver professores que tinham que substituir os que faltavam e nós ficávamos tristes. Não era porque não queríamos aprender, era porque as “aulas de substituição” nos cansavam mais do que as outras. Os professores não nos conheciam, abusávamos deles e era como voltar ao zero.
Eu era pequenina. E nunca me passou pela cabeça pensar no lado dos professores.
Até ao dia 1 de Março.
Foi o culminar de tudo. Durante semanas e semanas ouvi a minha mãe, uma das melhores professoras de Inglês que conheci, o meu pilar, a minha luz, a minha companhia, a encher a boca séria com a palavra depressão. A seguir vinham os tremores, as preocupações, as queixas de pais, as crianças a quem não conseguimos chamar crianças porque são tão indisciplinadas que parece que lhes falta a meninice. Acreditem ou não, há pais que não sabem o que estão a criar. Como dizia um amigo meu: “Antigamente, fazíamos asneiras na escola e quando chegávamos a casa levávamos uma chapada do pai ou da mãe. Hoje, os miúdos fazem asneiras e os pais vão à escola para dar a dita chapada nos professores”. Sim, nos professores. Aqueles que tomam conta de tantos filhos cujos pais não têm tempo nem paciência para os educar. Sim, os professores que fazem de nós adultos competentes, formados, civilizados. Ou faziam, porque agora não conseguem.
A minha mãe levou a maior chapada de todas e não resistiu. Desculpem o dramatismo mas a escola, o sistema educativo, a educação especial, a educação sexual, as provas de aferição e toda aquela enormidade de coisas que não consigo sequer enumerar, levaram deste mundo uma das melhores pessoas que por cá andou. E revolta-me não conseguir fazer-lhe justiça.
Professores e responsáveis pela educação, espero que leiam isto e acordem, revoltem-se, manifestem-se (ainda mais) mas, sobretudo e acima de qualquer outra coisa, conversem e ajudem-se uns aos outros.Levem a história da minha mãe para as bocas do mundo, para as conversas na sala dos professores e nos intervalos, a história de uma mulher maravilhosa que se suicidou não por causa de uma vida instável, não por causa de uma família desestruturada, não por dificuldades económicas, não por desgostos amorosos mas por causa de um trabalho que amava, ao qual se dedicou de alma e coração durante 36 anos. De todos os problemas que a minha mãe teve no trabalho desde que me conheço (todos os temos, todos os conhecemos), nunca ouvi a palavra “incapaz” sair da boca dela. Nunca a vi tão indefesa, nunca a conheci como desistente, nunca pensei ouvir “ando a enganar-me a mim mesma e não sei ser professora”. Mas era verdade.
Ela soube. Ela foi. Ela ensinou centenas de crianças, ela riu, ela fez o pino no meio da sala de aulas, ela escreveu em quadros a giz e depois em quadros electrónicos. Ela aprendeu as novas tecnologias. O que ela nãoaprendeu foi a suportar a carga imensa e descabida que lhe puseram sobre os ombros sem sentido rigorosamente nenhum.
Eu, pelo menos, não o consigo ver.
E, assim, me manifesto contra toda esta gentinha que desvaloriza os professores mais velhos, que os destrói e os obriga a adaptarem-se a uma realidade que nunca conheceram. E tudo isto de um momento para ooutro, sem qualquer tipo de preparação ou ajuda.
Esta, sim, é a minha maneira de me revoltar contra aquilo que a minha mãe não teve forças para combater.
Quem me dera ter conseguido aliviá-la, tirar-lhe aquela carga estupidamente pesada e que ninguém, a não ser quem a vive, compreende. Eu vivi através dela e nunca cheguei a compreender. Professores, ajudem-se. Conversem. E, acima de tudo, não deixem que a educação seja um fardo em vez de ser a profissão que vocês escolheram com tanto amor.
Pensem no amor. E, com ele, honrem a vida maravilhosa que a minha mãe teve, até não poder mais.
Sara Fidalgo.

P.S. - Não posso deixar de agradecer a todos os que nos ajudaram nestemomento de dor


20120315


Sobre a democracia: A democracia e a sua usurpação (1ª parte)
 

Sumário


1-     Um contexto civilizacional para mudança urgente

2-     Estado não rima com democracia

3-     Exemplos democráticos na Antiguidade

Ciro, o Grande, rei dos persas

A democracia ateniense

      4 - Factores de neutralização da participação democrática


http://www.slideshare.net/durgarrai/sobre-a-democracia-a-democracia-e-a-sua-usurpao-1a-parte



Este e outros textos em:

Ir a despacho no MEC

Um Exmº. Diretor, um betinho todo lampareiro tenta marcar uma reunião com o Chefe do MEC e consegue-o com a devida antecedência.
Mas recebendo na véspera um fax a transferir o local da reunião e passando a hora de atendimento para as 10 horas da matina.
Engravatadinho, com um fato, estilo fraque, a cheirar a naftalina, o nosso homem apresenta-se à segurança e é encaminhado até ao terceiro andar onde lhe ordenam para aguardar serenamente, mas que se necessitar de algo, bastará tocar numa campaínha, que uma zelosa funcionária tem ordens expressas para satisfazer as respetivas necessidades.
A espera prolonga-se por longos minutos que se transformam em horas.
A gravata já saiu do aprumadinho e os vincos do fatinho são mais que muitos.
Pelas 16h40m chega alguém que o conduzirá até à tão desejada reunião; só que no outro lado, o suposto chefe parece ter-se travestido em outra personagem, como um pretenso chefe de gabinete de um qualquer assessor de um tal senhor secretário de estado, ou seja, alguém que apenas tem a incumbência de ouvir e sem competência para prometer e muito menos para decidir, nem lhe prometendo que as opiniões do engomadinho cheguem ao Ministro.
Um mimo de reunião.

20120312

Do embrutecimento cultural em curso

De acordo com a Coligação Portuguesa para a Diversidade Cultural, e com a ilustração visual abaixo indicada, o sector da Cultura em Portugal encontra-se a experimentar um profundo desinvestimento por parte do Estado, a quem compete a promoção da Cultura para todos os cidadãos, particularmente para aqueles em situação de défice literático ou de pura exclusão social.

É por isso extraordinariamente grave, o corte de 75% dos valores inscritos no Orçamento em apenas dez anos, de 418,2 M€ (0,4% do OE) em 2002 para 193,7 M€ (0,1% do OE).


Cidadãos incultos dão presas fáceis de políticos incapazes e desonestos.

Nos dias que correm ...

em que tudo corre mal.

© Engenharia é:

20120311

VAMOS AJUDAR O MÁRIO

O Mário Pires de 51 anos era um professor de Educação Física  no Agrupamento de escolas de Macedo de Cavaleiros, quando há dois anos lhe foi diagnosticada uma doença rara, Cordoma que no caso dele é um tumor benigno no tronco cerebral que no caso dele é invasivo. Durante este tempo procurou ajuda médica mas, muitas portas se fecharam. Há cerca de um ano, uma equipa médica da região do Porto aceitou tratá-lo, mas não conseguiu ajudá-lo. Há duas semanas informou a família  que nada mais havia a fazer pelo Mário e de que  o tumor era  inoperável. O Mário estava há cerca de três meses na Unidade de Cuidados Continuados de Murça. O seu estado é crítico, mede 1,80m e pesa 50 Kg. Além da perda de peso, fez uma traqueotomia para respirar, a sua voz é pouco audível,  alimenta-se com uma sonda gástrica e toma medicação pois sofre de muitas dores de cabeça devido ao crescimento do tumor. Há cerca de 59.000 casos a nível mundial, mas em Portugal não há qualquer estatística relativa a esta doença, por isso desconhecemos se existem ou não. . A sua família e amigos não se conformam com este prognóstico e procuraram ajuda pelo mundo inteiro. O Prof. Dr. Helmut Bertalanffy é a luz ao fundo do túnel e o Mário vai ser operado e tratado no Instituto de Neurociências de Hannover. O Mário vai ser operado em Hannover em príncipio na terça- feira. Os custos totais do tratamento são elevados (50.000€), mas se todos ajudarmos tornar-se-á muito mais fácil.

Professor de Educação Física na empresa Agrupamento Vertical de Escolas de Macedo de Cavaleiros

Se quiseres ajudar o Mário:
CONTA: MÁRIO JOSÉ GONÇALVES PIRES

Transferências Nacionais:
NIB: 003501740006147500071  Caixa Geral de Depósitos

Transferências Internacionais
IBAN: PT50003501740006147500071       BIC:CGDIPTPL

Fonte: Paulo Guinote