claro... santana castilho, quem mais...!
"As alterações curriculares do sistema de ensino, já aplaudidas por
alguns, são uma pantomina. São a evidência da boçalidade técnica dos que
as propõem. A discussão pública que se segue já morreu, por uma questão
de confiança metodológica. Gente séria e competente aborda o currículo
assim: primeiro estabelecem-se as metas, isto é, o ponto de chegada dos
alunos a ensinar; depois definem-se os programas que podem cumprir esses
objectivos; e só no fim, obviamente, se fixam as cargas horárias
adequadas. Mas o ministro começou por fixar já as horas para cada
disciplina e a estrutura global. Chamou a isso a primeira etapa.
Anunciou que a segunda será a definição das metas. E garantiu que só
mais tarde reformulará os programas. Qualquer trapalhão não faria pior. O
ministro não fundamentou. Achou! E eu acho que o ministro mentiu quando
afirmou que a proposta de revisão curricular não foi feita "a olhar
para orçamento". Porque qualquer cidadão minimamente informado sabe que
dessa revisão jamais poderia resultar um acréscimo de despesa. Porque o
orçamento não era uma variável. Era um determinante. O que vem a seguir é
uma farsa. As metas e os conteúdos programáticos dependerão das horas
já fixadas, vergando a pedagogia e as ciências à contabilidade, da qual a
Educação é, hoje, mero adereço. Crato podia, ao menos, ter sido
intelectualmente honesto. Não promovendo a discussão pública de algo
cujos fundamentos ainda não foram estabelecidos. Não invocando
pressupostos que nunca explicitou. Ele, que sempre falou da necessidade
de reduzir a dispersão curricular no ensino básico, aumentou-a no 2º
ciclo. Ele, que tinha a obrigação de acomodar a decisão errada de
prolongar a escolaridade obrigatória até aos 18 anos com uma
reorganização curricular do secundário, particularmente no que a vias
técnicas e profissionais respeita, decidiu, apenas, uma mais que
questionável quebra da carga horária no 12º ano (sem olhar ao orçamento,
disse). Pediu contributos públicos. Aqui tem o meu. É pena que nenhuma
televisão o confronte com alguém que lhe dissesse, na cara, o que a
verdade reclama."
aqui...
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