O que aconteceu nesta fase do concurso de professores é muito simples: deliberadamente montou-se uma perfeita aldrabice para, entre a injustiça e a confusão, aparecer um Ramiro Marques a escrever:
Nuno Crato, em silêncio, deve tirar uma conclusão do episódio: pôr fim aos concursos nacionais, entregando aos agrupamentos de escolas a tarefa de recrutar professores para preenchimento de necessidades transitórias.
Após este comerciante (que não deve ter ganho pouco dinheiro com os seus blogues publicitários à custa da luta dos professores contra a avaliação de desempenho da socióloga Rodrigues, dedicando-se agora à defesa intransigente da privatização das escolas públicas, lá deve ter novos negócios em mira), outros virão. Para quem está fora do assunto: as denúncias do que se vai passando nas escolas onde as direcções, ou os municípios, têm autonomia na contratação de professores, para todos os efeitos funcionários públicos, colocam a coisa ao nível da Madeira: ele é parentes, conhecidos e outras amizades. Enfim, o expectável.
O que está em causa é muito simples: funcionários públicos contratam-se através de concursos transparentes, ordenando-os com critérios claros, ou funcionam exclusivamente pelo factor c(unha). Nestas coisas os neo-cons (ler em francês) ultrapassam em muito Salazar, que ainda obrigava os procedimentos a algum decoro. O resto é areia para os olhos.
republicado do Aventar
3 comentários:
Ora aqui está a verdade nua e crua!! Tudo o resto são histórias da carochinha!
O curioso é que todo este problema decorreu nas Ofertas de Escola, que já existem há anos, e que têm permitido imensas "cunhas" por esse país fora, tanto mais que desde 2007, as escolas podem definir os critérios a seu bel-prazer. Se há coisa que este episódio prova é que é preciso fazer exactamente o contrário do que diz Ramiro Marques - acabar com as ofertas de escola e criar critérios justos para a colocação dos professores.
Completamente de acordo com Fir.
Enviar um comentário