20120712

De acordo

com o Mário Nogueira:
"(...)Apesar de a situação descrita pelos sindicatos ser muito mais grave do que a que se vivia nos tempos da ministra Maria de Lurdes Rodrigues, ninguém espera uma manifestação que faça lembrar, sequer, a que, em 2008, juntou mais cem mil professores em protesto. "As coisas não são assim tão simples. A ministra era provocadora, contribuiu de forma dramática para a desvalorização social dos professores. Agora, mais do que de revolta, a sensação é de esmagamento", descreve Nogueira.(...)" (Público)
Em desacordo com a nova modalidade, desenvolvida por alguns colegas contratados, que consiste num ataque viperino aos professores do quadro. A eles, um enorme 'vão-se catar'.

8 comentários:

joshua disse...

Onde? Quem? Sou contratado e estou na luta.

Moriae disse...

Joshua, por exemplo no Facebook: https://www.facebook.com/groups/113598491999570/

Transcrevo:
"Amanhã NÃO VOU à manifestação!
Julgam que algo mudaria se a manifestação fosse grande amanhã? Eu não, e digo-vos porquê, porque NUNCA, e reescrevo NUNCA, existiu nenhuma melhoria para mim e para os meus colegas contratados com qualquer manifestação (antes pelo contrário).
Sabem porque é que foram 120000 a Lisboa? Por causa da avaliação? Sabem quem continua na mesma ou pior? Os contratados! Aliás, ao nível da ADD agora nem Excelentes podem ser, com uma avaliação ainda mais "invisível", OBRIGATÓRIA todos os anos e sem qualquer tipo de regalia visível. Carreira? Eu não me importo de ser avaliado, mas serve para?
Agora alguns colegas de Quadro começam a aperceber-se do que acontece TODOS os anos aos contratados (sem férias, em constante stress, com a casa às costas,...) e começam a mexer-se. Mas a grande maioria só vai acordar em Setembro.
E não, não é com manifestações, ainda mais agora em que quase tudo passou. Sabem como é que lá vamos? Com POSIÇÕES FORTES e de UNIÃO como os médicos. Como? Dou um exemplo que resultaria: greve aos exames a 100% como os médicos fizeram. Sabem o que iria acontecer? Não era possível, pois os que têm o lugar seguro, os despreocupados, estariam lá a assegurar o trabalho! Ah, mas não pode ser porque os meninos não podem ser prejudicados! E a quantidade de pessoas com doenças graves, sem médico, com consultas marcadas para hoje e que ficaram adiadas (muitas delas novamente)?
Mas... a grande hipótese este ano já passou e o que se perspectiva já era conhecido pelos Sindicatos adormecidos... Muitos contratados sempre falaram disso, mas.... "coitados", temos "pena deles"...
E atenção não quero comprar guerras entre professores. Foi isso que sempre se fez e com resultados para o MEC.
Só lá vamos PARANDO as escolas!

P.S.: Não tinha que me justificar, mas... fica aqui a minha posição PESSOAL relativamente ao dia de amanhã." (João Leal)


Abraço!

Armando Nina disse...

Numa das últimas greves, na minha escola, com cerca de 200 professores, cerca de 50 eram contratados, só 26 professores do quadro de escola fizeram greve e apenas 1 contratado.
Todos temos a liberdade de agir, mas nada fazer, também não é solução.
As primeiras vítimas serão estes professores contratados que talvez nunca mais regressem.
O MEC talvez queira contratar, no futuro, contratados, mas outros e com outras condições, através de empresas de trabalho ocasional.
Professores contratados, com esse pensamento não vão ter futuro, pelo menos no ensino.
Depois talvez seja demasiado tarde.
Durante 10 anos fui professor provisório, a ter de concorrer todos os anos, entre Montalegre, Coimbra e Peniche... e sempre fiz greve.

Moriae disse...

Armando,

aquilo que citei, deu pano para mangas. Eu saí do grupo porque o nível era mesmo muito baixo ...

Corroboro aquilo que dizes, adaptado à minha situação, que é diferente, por ter estado como um interruptor a trabalhar e doente.

Infelizmente, aquilo que senti muitas vezes, professores contratados a olharem para nós como alvo, aproximações com intenções duvidosas, confirmei em dois grupos do facebook (do outro saí antes deste).

Tudo o que dizes é mesmo acertado ... e esta gente não percebe o mais básico ... estão a sucumbir a uma relação de amor-ódio pelo objecto desejado. É algo primário, penso eu. Mas eles lá sabem.

Para bem da nossa luta, seria melhor ignorar estas vozes. Mas, como ser-humano, não me apetece calar. A realidade é feia e não deve ser escondida. Não sou estratega.

Foi desabafo.

Já agora, como professora do quadro a mais de 70 km de casa e tendo trabalhado a mais de 300km e fazendo muitas vezes centenas de km por dia, tendo aulas à sexta-feira, tive pior vida do que muitos contratados que conheço que ficaram ao lado de casa em horários à sua medida. Assim, vão para o raio que vos parta pois estão bem inseridos nesta realidade.

Armando Nina disse...

Na verdade, existem muitos contratados que, através dos mini-concursos, conseguiram ficar junto da residência, durante muitos anos, alguns com mais de 20 anos (em alguns lugares do interior, parecia haver uma panelinha entre os PCEs e os Amigos.
Depois acordaram e só alguns arriscaram as ilhas, enquanto que os outros fizeram um meio risco, mas agora estão tramados.
Eu também poderia queixar-me sobre o facto de haver 4 colegas que pediram a reforma antecipada e que desistiram, levando que eu (9 em 13) professores sejam obrigados a concorrer a DACL.
Isso é sempre a via mais simples de bater no boneco errado.
Conheço o caso de uma professora contratada que mora em Montalegre e vem todos os dias, desde há dois anos, dar aulas a Braga (105km + 105km).
Alguns dos contratados atacam os do quadro, porque se sentem de consciência culpada, porque votaram no PSD, só por causa do idiota do Sócrates.

Moriae disse...

Tal e qual ... Tb tu em DACL? Raios partam esta gente toda ... Não aqueles que mudaram de ideias qto a reforma antecipada, pois é um direito ... mas, tomara eu poder fazê-lo que não hesitava!

Catarina disse...

Como professora (contratada) entristece-me ver esse atirar de pedras que a Moriae fala. Nunca deveria ser altura para isso, e agora muito menos.
Quando tenho paciência, atribuo isso ao cansaço, ao desespero e ao sentimento de impotência. Quando não tenho paciência... desligo.
Infelizmente, às vezes penso que o ministério não soube só manipular muito bem a opinião pública, soube também manipular-nos (e aqui o nos é muiiiiiiito abrangente) o suficiente para criar uma cisão difícil de colmatar.
Por mim, vou fazendo o que acho que devo na esperança que algum dia estejamos todos a remar para o mesmo lado.

Margarida Alegria disse...

Exatco, Catarina, isto é uma vergonha.
E esses conttatados que falam daquela foema estúpida nas redes sociais, ou são manipulados, ou só vêem o próprio Umbigo e desconhecem o quanto os do Quadro amargaram quando eram provisórios (e muitos continuaram a amargar,mesmo efectivos, só porque não tinham feitio graxista e não se calavam perante o que era injusto e incorrecto.). Quando se aperceberem que temos de remar todos para o mesmo lado, talvez seja tarde demais (e já vai sendo)- E nas manifs históricas vi sobretudo professores dos quadros e até reformados, solidários, enquanto contratados se encolhiam atrás de "porta-folhas"! A luta é de todos e não há forma de entenderem!
Colocarem docentes com 20 ou 30 anos de serviço --e melhor graduação e currículo que outros que ficam mas que andaram a lamber botas-- em DACL é vilipendiar a nossa dignidade!
Boa sorte a todos nós, mesmo aos contratados que ainda não entenderam!