“A green media e a MultiOpticas em parceria com a APAM Cancro Mama oferecem os vários óculos usados pelos intervenientes do programa Casa dos Segredos aos Associados com patologia mamária no Lanche/Festa de Natal, 6 Janeiro pelas 17h00, na Sede da Instituição em Lisboa (Largo Dr. Bernardino António Gomes (Pai), N.º 177 E, Campo de Santa Clara, 1100-209 Lisboa).
E deixo um print screen também:
Há coisas que dão para rir às gargalhadas ou se levadas a sério, ficar-se chocado e depois muito triste.
6 comentários:
Moriae,
É óbvio que os óculos deveriam ser doados a quem deles precisa e não a "associados". Também julgo que seria mais proveitoso leiloa-los, pois haverá sempre mentecaptos que pagarão mais por os óculos terem sido usados por supostas celebridades. Mas, isto, é Portugal no seu melhor. Não se ajuda quem necessita mas quem cumpre as condições. Não podemos esquecer que uma das maneiras de os beneficiários do RSI fazerem prova dos seus rendimentos era via internet. Alguém vê um velho doente ou um alcoólico a fazer "prova de pobreza" a partir da sua ligação fibra? Infelizmente, cada vez menos coisas me surpreendem. Esta é mais uma a juntar ao rol.
Abraço,
Fernando
Pois é, Fernando ...
E agora, retirando o lado triste da coisa, atrevo-me a imaginar um tal leilão com estes objectos. Acho que iria ter enorme sucesso e que seria muito menos ofensivo.
Abraço!
Talvez não saibam mas ser associado não implica o pagamento de nada para as doentes com patologia mamária. E embora seja contra a Casa dos Segredos e nem sequer me dê ao trabalho de ver posso informar-vos que uma mulher mastectomizada (ou seja que retirou um peito por cancro da mama) que tiver a "sorte" de se conseguir reformar por invalidez fica com uma reforma de 300 euros (algumas nem isso). A isso somem todos os medicamentos que tem de gastar. Felizmente as terapêuticas hormonais e quimios ainda são pagas pelo estado. Mas a quimio "mata" o mau e o bom. E por isso estas mulheres ficam com problemas de pele, problemas ósseos, problemas de visão etc...
Se têm a possibilidade de receberem uns óculos, que lhes custaria mais que a reforma mensal delas, só porque uns parvalhões andaram com eles dentro de um programa estúpido não tenho nada contra.
Chama-se a isso estratégia de marketing. A mesma coisa que vender cachecóis na Modalfa ou vender cd's da Leopoldina no Continente. Tudo marketing. Mas pelo menos fazem alguma coisa.
Aonja,
agradeço o seu comentário.
Deixo-lhe algumas questões:
- uma mulher mastectomizada não é necessariamente (nem na maioria das vezes) inválida. Dão geralmente um grau de 60% de invalidez. Há casos em que as pessoas têm outras complicações ... mas isso tb já será outro departamento.
As reformas por invalidez serão iguais, em remuneração, para todas as pessoas independentemente do que fazem laboralmente? Não me parece.
Há de facto despesas acrescidas para quem passa por estas coisas mas também há algumas ajudas. E quem é seguido nos IPOs tem análises, exames e quase (sublinho o quase porque nem tudo é quanto a mim a ajuda a estes doentes - apesar de existir - não é suficiente) tudo gratuito.
Relativamente a este tipo de marketing, é intrusivo. Reparou que pedem à pessoa que faça prova da sua condição? Sabe que há documentos que 'teoricamente' deveriam estar abrangidos pelo sigilo entre doente e médico?
Penso que muito mais haveria para desenvolver. E não estou informada de tudo sobre alguns destes assuntos.
Reagi ao teor do anúncio que aparece numa página de causas. Isto não é uma causa mas sim marketing do pior nível. E é vergonhoso. E é diferente da Leopoldina ... a outra não conheço.
A Leopoldina, até nem sei qto custa o CD mas é seguramente bem mais do que o euro que é doado para ajuda.
Mais uma vez, nota-se que alguém ganha dinheiro à custa de falsos pretextos. Enfim, estamos numa sociedade que me mete uma profunda impressão.
Sobre os 60% de invalidez, é um proforme ... nem o entendo bem. Sei que se não se for a uma junta 'obter' esse número depois não há papel para entregar nas finanças, hospitais etc.
Nos impostos, quem tem esta doença, paga menos. Ou seja, tem um maior plafon para despesas médicas: específicas do tipo de neoplasia ou geral, caso dos óculos etc.
Em termos de trabalho, por exemplo, a pessoa que tem 'este valor' não tem redução horária, pelo menos nos empregos que conheço ... os professores não têm.Ou seja, qual incapacidade ... burocracias!!!
No caso dos professores, pode concorrer a um Destacamento por Condições Específicas e requerer a aproximação à residência/local de tratamentos. Ora , este processo, nem sempre funciona.
Peço desculpa e só hoje reparei ... quando falo em 60%, refiro-me a incapacidade e não invalidez.
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