20111016

A música de um Demo-Crato muito "Particular"

O montante dos cortes no orçamento da Educação para 2012 triplica a poupança que foi recomendada no programa de ajuda externa a Portugal. O Ministério da Educação e Ciência já confirmou que serão da "ordem de grandeza" de 600 milhões de euros. O memorando de entendimento com a troika, assinado em Maio passado, apontava para uma redução de custos de 195 milhões. Secretário de Estado diz que cortes anunciados pelo ministro Nuno Crato se destinam a ajustar o orçamento do sector às "possibilidades reais" do país.

Os Colégios do ensino particular e cooperativovão receber 85 mil euros por turma e vêem reforçado o financiamento por turma em cinco mil euros, em relação ao valor previsto. No total, existem 1893 turmas financiadas através deste regime, o que representa uma despesa de mais de 161 milhões.

Dizem-nos que o país está de tanga, que não há dinheiro, aplicam-se medidas brutais, quer no corte de salários, nos subsídios de férias e de Natal, aumenta-se o número de horas de trabalho em mais meia hora por dia, aumenta-se o IVA em 17% para muitos dos bens essenciais, aumentam o preço no acesso à saúde, cortam nas pensões e para poupar meia dúzia de milhões de euros cortam-se direitos e serviços essenciais. Não há dinheiro. Na educação deixam-se dezenas de milhares de professores no desemprego e contratam-se outros ao mês. Não há dinheiro, dizem. Mas, para as escolas privadas parece não faltar e, não só não cortam, como ainda aumentam a comparticipação do Estado. O sonho desta gente é um país em que saúde, ensino, reformas, bancos, transportes, luz, água, ar, empresas e serviços, tudo seja privado e financiado pelo estado. O grande sonho da mama capitalista que não só procura trabalhadores sem direitos e a baixo custo como ainda lhes quer "comer" a parte que pagam em impostos.
Chega de mentiras, hipocrisia e enganos. Não somos mercadorias ao serviço dos mercados e políticos. Somos gente que desejamos controlar os nossos destinos e ser feliz.

1 comentário:

Moriae disse...

Houvessem mais como tu, amigo!